Assistentes Virtuais No Comércio
Um dia, peço ao meu frigorífico para fazer as compras.
Em 2020, as vendas geradas por assistentes virtuais chegarão aos 2.1 mil milhões de dólares (estudo Gartner).
A tecnologia já existe e o ambiente é propício. Durante a sua última palestra, a AMAZON apresentou uma série de aparelhos conectados, entre si, capazes de ouvir e interagir connosco: micro-ondas, monitores infantis, óculos…produtos inovadores que que vão ser adicionados aos 85 mil dispositivos já conectados à assistente virtual da Amazon: a ALEXA.
O objetivo é claro: ganhar a batalha dos assistentes virtuais e ser O canal preferencial do comércio por voz.
É o Comércio Conversacional melhor?
Os consumidores acham que sim: 40% já disseram que preferem as assistentes virtuais aos websites (estudo Capgemini). Ao nível da receita, também há motivos para celebrar. Os utilizadores da ALEXA gastam, em média, mais 700 dólares do que os utilizadores do site da AMAZON.
Tudo parece estar bem no reino dos assistentes virtuais. Há apenas um senão…
Existe muita interação…mas poucas sugestões.
Enquanto a SIRI, a ALEXA e até o GOOGLE ASSISTANT podem responder a uma série de solicitações, um canal de voz único limita a quantidade e a qualidade das informações trocadas e delega uma série de micro decisões à máquina. Por exemplo, se pedir à ALEXA para encomendar pipocas para noite de cinema lá de casa, ela irá apresentar opções de marcas parceiras, em detrimento de todas as outras marcas, mesmo que sejam melhores em termos de preço, sabor e ética. Remover o intermediário pode vir a ter consequências para os retalhistas já estabelecidos e até mesmo para os mais recentes.
Bem-vindo à era da (p)referência.
Atentos a estes desafios, muitos retalhistas já fizeram acordos com os GAFA. Por exemplo, o grupo CASINO e a GOOGLE. É uma importante vitória para o distribuidor, que melhora a sua posição em relação à concorrência direta, mas não totalmente. A GOOGLE irá reter toda a informação gerada nessas transações. Estão, então, os retalhistas condenados às imposições dos gigantes de Silicon Valley? Não necessariamente, mas terão de desenvolver as suas próprias soluções.
Ideia Central
Colunas, smartphones, dispositivos conectados… o comércio por voz está a progredir na costumer journey. Uma vitória para os GAFA e um desafio para os retalhistas, que se encontram na posição de delegar parte da sua customer journey…. Pelo menos até se organizarem.