Carne Sintética

Um dia, não temos de ser vegetarianos.

 

Imagine o seguinte: está a pedir o seu hamburger favorito e o empregado pergunta-lhe: “Como deseja a sua carne: animal, vegetal ou sintética?”
Um sonho utópico? Talvez não, tendo em conta a evolução dos hábitos de consumo e o progresso tecnológico no setor alimentar.

 

Um prazer sem culpa.

Já todos ouvimos falar do bife vegetariano, que já existe há algum tempo. Na maioria das vezes, a base é feita de soja ou de cereais, os “tradicionais” substitutos da carne para milhões de consumidores. No entanto, outras versões mais avançadas estão a aparecer nas mais conhecidas cadeias alimentares, célebres pelos seus hambúrgueres grelhados. MC DONALDS, KFC, BUFFALO GRILL e os pioneiros MAX BURGERS, na Suécia, já lançaram as suas versões de “carne verde”. É uma maneira de atrair clientes, 40% dos quais já exprimiram inclusive vontade em reduzir o seu consumo de carne.

 

Consegue perceber a diferença?

Este é o repto do BURGER KING. Na primavera passada, nos EUA e na Suécia (onde 10% da população é vegetariana) a cadeia lançou a versão “veggie” do seu famoso WHOPPER, com um hambúrguer que é facilmente confundido com uma carne macia e suculenta. O segredo? Hemo proteínas. Uma molécula rica em ferro que dá textura à soja, à batata e ao óleo de coco. A confiança nesta nova tecnologia é tanta que esta cadeia alimentar está a ativar uma nova estratégia de marketing: o menu 50/50. Ao escolher este menu, o consumidor sabe que há uma probabilidade de 50/50 de receber um hamburger normal ou um vegetariano. Os dois são tão parecidos, tanto no aspeto como no sabor, que para descobrir qual deles está a comer o consumidor tem de fazer um scan à caixa com a App da marca. Mas as cadeias alimentares sabem bem que o futuro da carne será decidido em laboratório.

 

“Em trinta anos, não temos de abater animais pela sua carne.”

É o que diz Richard Branson. O célebre patrão da Virgin acredita piamente na carne sintética. E não está sozinho. Bill Gates e Leonardo DiCaprio são das personalidades que mais investem na investigação associada à carne sintética.
A tecnologia está pronta: baseada na cultura e desenvolvimento das células estaminais. O primeiro bife in vitro nasceu há mais de 6 anos. Umas boas cem gramas de carne sintética custam cerca de 250 mil dólares. Próximo passo: produção a uma escala industrial.
Investigadores e distribuidores confirmam que estão a trabalhar nessa questão e já deram uma data para pôr este produto no prato: 2021.

Ideia Central

Hoje em dia, mais de 10.000 litros de água são necessários para produzir um quilo de carne de vaca. Face à explosão populacional e à escassez de recursos, investigadores e marcas estão a trabalhar em conjunto para desenvolver saborosas soluções alternativas…