Co-criação

Um dia, vamos ser todos co-criadores.

 

Co-criação. A tendência está a ganhar velocidade e a mudar de forma. Nos eventos é já sistemática e está agora a transformar-se em direção a novas formas de design de produto e de serviço. Além do mais, este é um conceito veiculado por apps e plataformas de crowdfunding que se tornou agora num pré-requisito para todas as etapas do ciclo de vida de um produto ou de uma marca e também para a sua otimização. Vamos às explicações.

 

É sempre gratificante quando nos pedem conselhos.

Quando falamos de co-criação, pensamos imediatamente em associar clientes a design de produto.
Um dos melhores exemplos chega da Awaytomars, marca portuguesa de roupa sediada em Londres que tem a sua própria comunidade de crowdsourcing e crowdfunding, dedicada ao design de peças de vestuário. As peças são produzidas com o contributo dos membros da plataforma, muitos deles também designers, que participam com ideias e até mesmo na produção de protótipos.
Este tipo de abordagem participativa cumpre dois objetivos: por um lado, obter feedback e definir requisitos logo à partida; por outro, estabelecer uma comunidade leal aos produtos, que não hesitará em adquiri-los ou promovê-los.
Algumas empresas estão, aliás, a levar a ideia ainda mais longe.

 

Clientes ao poder.

A motivação por detrás da Lego Ideias é a de que duas cabeças pensam melhor do que uma. O website da marca convida todos os que tiverem uma ideia para um jogo a submetê-la à votação dos utilizadores, que elegem os seus projetos preferidos.
Se um produto recebe 10 mil votos, a Lego avança para um estudo e, se o jogo for viável, passa a ser produzido e comercializado. O felizardo criador do jogo tem então a possibilidade de validar o produto final e de ser creditado como o designer do jogo. Os criadores recebem inclusive uma percentagem das vendas mundiais.

 

“Acreditei tanto que decidi investir”.

A made.com, marca de mobiliário sedeada em Londres, e a sua plataforma de investimento colaborativo TalentLAB são um bom exemplo. A ideia: criar a primeira grande comunidade de designers na Europa. Jovens artistas que tenham ideias de design para peças de mobiliário ou acessórios são convidados a publicar o seu projeto na plataforma. O projeto é submetido ao financiamento dos consumidores e a made.com compromete-se a produzir e distribuir os artigos se estes receberem uma resposta positiva.

 

Evolução do produto: dar a palavra aos consumidores.

A vida de um produto não termina quando este é colocado no mercado. Uma realidade que a Decathlon bem conhece.
A marca está sempre atenta aos comentários deixados no seu website. São, aliás, os engenheiros e gestores de produto quem responde diretamente aos consumidores. Se, apesar de todo este esforço, um produto recebe menos de 3 estrelas ao longo do ano, é imediatamente retirado das prateleiras.

 

Mais de 500 ideias angariadas.

A Decathlon também aproxima os seus clientes do design dos produtos através da sua plataforma: cocreation.decathlon.com.
A ideia: dar aos (futuros) consumidores a oportunidade de fazer um teste de pré-visualização em casa, em ateliers de design ou durante as sessões de grupo de novos produtos.
Palmilhas, bicicletas, equipamentos para caminhada...A empresa disponibiliza online produtos para testes, onde a comunidade pode inscrever-se. Esta é uma abordagem que tem sido bastante proveitosa no que diz respeito ao feedback dos clientes, tendo inspirado uma enorme campanha de co-criação para artigos de campismo que resultou em 500 novas ideias.

Ideia Central

Competições, dias passados em ateliers de design, comunidades online, opiniões de consumidores… A co-criação está em constante evolução. Além de um verdadeiro barómetro das tendências dos consumidores, também desempenha um importante papel e enquanto catalisador, tornando uma marca na marca do consumidor. Esta posição sairá reforçada com a utilização dos dados.