Patentes

Um dia, os espiões industriais vão para o desemprego!

 

As patentes costumavam ser a chave da vantagem competitiva
na indústria automóvel. A Toyota surpreendeu tudo e todos ao publicar em código aberto mais de 24.000 das suas patentes de tecnologia híbrida. Porquê? Quais os ganhos, do ponto de vista do negócio? Quais os riscos? O OneDay esclarece.

 

Quando o carro anda a código aberto!

Código aberto (open source, em inglês) é o princípio pelo qual recursos são disponibilizados publicamente de forma gratuita, até agora bem conhecido no mundo do software informático (50% dos sites mundiais são criados através da plataforma WordPress). Outro tipo de propriedade intelectual, como os livros, por exemplo, também acabou por ser abrangida por este princípio.
Porque estamos a falar de automóveis, este é um cenário novo. A indústria automóvel é um setor onde a concorrência é feroz e onde as patentes são zelosamente guardadas.
Porque motivo tomou a Toyota esta decisão?

 

Ganhar potência!

Após 25 anos de investigação, a Toyota decidiu investir em tecnologia híbrida. Outros, como a Tesla, apostaram tudo nos motores elétricos.
Para o mercado híbrido ganhar tração, a marca japonesa tem interesse em organizar a concorrência. Por um lado, para incentivar outros fabricantes a iniciarem-se na tecnologia. Por outro, para que estes a desenvolvam com base nas suas patentes.

 

Uma postura que está a funcionar.

As patentes estão disponíveis gratuitamente e, além disso, a Toyota disponibiliza um serviço pago dedicado a aconselhar designers que podem beneficiar de conhecimentos adicionais. É uma forma de monetizar anos de pesquisa. Atualmente, a marca japonesa não é a única a expor os seus ativos de patentes.
A Tesla, em menor escala, já o fez, assim como a Volvo, mais especificamente com dados e resultados oriundos de anos de pesquisa em torno da segurança. Importa salientar que não é a primeira vez que o fabricante escandinavo o faz: a Volvo partilhou as suas patentes para o revolucionário cinto de segurança de 3 pontos com outros fabricantes...há 60 anos.

Ideia Central

A fórmula já é conhecida e está comprovada: para um mercado alcançar a maturidade, requer utilizadores e infraestrutura.
Estes são 2 fatores que um único player não consegue reunir sozinho num limitado período de tempo.
É deste pressuposto que parte a posição da Toyota, algo que já foi feito pela Volvo e pela Tesla numa escala menor.
E se o código aberto se tornasse num modelo lucrativo e gratificante para todos?