Pesca Sustentável

UM DIA, não há peixe de verdade.

Será o peixe a carne do amanhã? Numa altura onde estamos a questionar o consumo de carne por razões de saúde e desenvolvimento sustentável, pode o peixe tornar-se um substituto? Não há garantia, se acreditarmos nos números alarmantes da poluição dos oceanos e as técnicas de pesca devastadoras. A não ser que, tal como com a carne, a ciência decida envolver-se.

Sexta-feira (ainda) é o dia de comer peixe?

De acordo com os cientistas da Comissão Europeia, o número de consumo mundial de produtos derivados de peixe passará para o dobro nos próximos 50 anos. De 10kg/ano/pessoa em 1960 passámos para 20kg/ano/pessoa em 2014. Os aficionados do robalo e do cocktail de camarão podem pensar que são boas notícias, mas a realidade é muito mais complexa que isso, já que devido ao aumento no consumo, estamos a pôr uma pressão imensurável na vida marinha. Resultado: pesca intensa, recursos cada vez mais diminutos e até o desaparecimento de algumas espécies… os recursos marinhos estão a afundar-se.

Vamos (de forma sustentável) pescar e comer.

Qual é a solução? Assim como tantos outros hábitos de consumo, o segredo está na redução. Os especialistas estimam que devemos comer 3 vezes menos peixe e devemos diversificar a nossa alimentação. Ou seja, menos bacalhau e salmão e mais tainha, sardinhas e cavalas, que são ricos em ómega 3 e bem mais baratos. A escolha também deve ter em conta a área de pesca e a técnica de pesca. Esta informação deveria estar visível nos locais de venda.

Então, amanhã, será peixe sem peixe?

Porque não? No mês passado, o #OneDay falou sobre a carne sintética e do progresso considerável que tem sido feito em termos de sabor e preço. Face ao colapso do stock de peixe, a pesquisa está a avançar nesta área. A companhia californiana IMPOSSIBLE FOODS, já está a criar uma carne de peixe baseada em soja, proteínas e caldo de anchovas para sabor. Outras hipóteses estão também a ser exploradas, baseadas na planta Konjac, da família do gengibre, que é conhecida pelas suas propriedades de desintoxicação. Então, no futuro, teremos carne e peixe falsos. Será que teremos de desistir do prazer do produto real? Talvez não, se a ciência e a nossa consciência nos ajudar a avançar responsavelmente.