Realidade Aumentada

Um dia, todos os retalhistas têm uma solução de realidade aumentada!

 

Embora a quarentena causada pela Covid-19 possa ter posto um travão à atividade económica, deu claramente um impulso à adoção de ferramentas digitais, de teletrabalho, de videoconferência e de realidade aumentada. A realidade aumentada faz cada vez mais parte das nossas vidas, tanto para satisfação dos retalhistas como dos clientes.

 

Como funciona a realidade aumentada?

Para não entrar em detalhes demasiado técnicos, digamos apenas que a realidade aumentada pode ser definida como a sobreposição do virtual ao real. Para funcionar, requer um smartphone, um tablet ou um par especial de óculos. Pode encontrá-la tanto na caixa dos seus cereais favoritos para fazer a mascote ganhar vida, como nos capacetes de unidades militares para ajudar os soldados a obter informações em tempo real sobre o ambiente em que se encontram. Não deve ser confundida com a realidade virtual, que mergulha os utilizadores num mundo inteiramente virtual para entretenimento, para formação ou para dar a espreitar a sua futura cozinha ou o planeta Marte.

 

Catálogos personalizados e orientados por dados.

Já sabíamos que os dados nos podiam ajudar a gerir os nossos roupeiros e, agora, podem ajudar-nos a sonhar com papel brilhante. Foi em 2018 que a marca de pronto-a-vestir CYRILLUS chegou às capas dos media ao lançar uma experiência nunca antes vista no palco global: o catálogo em papel 100% personalizado. Este catálogo inteligente, feito por medida, foi criado com dados relativos à jornada de cada cliente: histórico de compras, atividade online, compras... tudo o que sabiam sobre o cliente foi usado para esta criação. Como resultado, dos 100.000 catálogos impressos, 80.000 foram personalizados. Em 2020, há mais uma marca de pronto-a-vestir que optou por misturar IA e catálogos. La BLANCHE PORTE, a marca de moda e decoração de interiores, testou um novo catálogo numa amostra de 50.000 clientes na casa dos 50.

 

Quem está hoje a usar a realidade aumentada?

Se no início, a realidade aumentada era vista como um gadget ou uma nova forma de entretenimento, agora encontrou o seu lugar, particularmente no retalho, onde pode melhorar a experiência do cliente. O melhor exemplo é, sem dúvida, a L'OREAL. A empresa de cosméticos cedo percebeu o potencial de marketing ao desenvolver apps que permitem aos clientes experimentar diferentes tons de batom, base e, mais recentemente, cores de cabelo, usando a câmara do smartphone. Melhor ainda, a marca francesa, que viu as vendas aumentarem 8% em 2019, estima que este crescimento se deve, em grande parte, às vendas online, e portanto, à realidade aumentada que permite aos clientes experimentarem antes de comprarem. Mas estas interações podem ir ainda mais longe.

 

Como é que a realidade aumentada cria proximidade?

Pode parecer paradoxal, mas a realidade aumentada, longe de ser uma segunda escolha na relação com o cliente, está a conseguir conciliar o melhor dos dois mundos. É fácil para os consumidores de hoje 'convidarem' uma marca ou um profissional para a sua casa sem que seja demasiado invasivo. Muito pelo contrário, porque com a ajuda da realidade aumentada, o profissional tem as condições perfeitas para discutir, explicar e demonstrar produtos. "Ainda melhor do que se estivesses lá!". Este é o slogan da STREEM, um dos principais players do mercado. Esta empresa americana desenvolve apps e ferramentas para todo o tipo de negócios. Desde diagnósticos remotos e reparações para fabricantes e instaladores de equipamentos eletrónicos, até relatórios de sinistros para companhias de seguros, incluindo inventários para propriedades de aluguer. A realidade aumentada significa que a distância não é uma barreira e o tempo valioso é poupado... fazendo, assim, poupanças consideráveis.

 

Da realidade aumentada ao aumento das vendas.

Para além da resolução de problemas e das inspeções, a tecnologia, que está constantemente a melhorar a sua funcionalidade, conseguiu agora fundir a procura (a partir de casa) com a oferta (do retalhista). Podemos mostrar a casa de banho que queremos remodelar, verificar os azulejos disponíveis na loja, ver como ficam, e descobrir o custo usando uma ferramenta de medição, deteção de cores e reconhecimento de formas. A tecnologia está pronta e os consumidores estão mais bem equipados e têm cada vez mais experiência com estas novas ferramentas. Os retalhistas e os pontos de venda poderão, em breve, desenvolver as suas gamas e entrar no mundo do «comércio aumentado».

Ideia Central

A realidade aumentada não é um gadget. Impulsionada pelo processo tecnológico e pela compra de equipamentos domésticos, está a criar novos hábitos junto dos consumidores, bem como a trazer perspetivas entusiasmantes para os retalhistas. Preparem-se para as receitas aumentadas!