Recuperar Produtos

Um dia, recuperar e reutilizar produtos faz parte do nosso quotidiano.

 

O ditado diz: o melhor lixo é o lixo que não se produz. É verdade, claro... desde que concordemos com a melhor forma de não o produzir!
Após a reciclagem, parece que estamos a (re)descobrir os benefícios da reutilização. Podemos ver uma tendência que está a reunir consenso.

 

O que é a Recuperação? E a Reciclagem? E a Reutilização?

Está confuso com estes três termos? Vamos tentar explicar:

Reutilização: isto refere-se a resíduos que podem ser reutilizados como novos, possivelmente alterando o seu uso original.

● Reciclagem: esta é a operação pela qual a matéria-prima de um pedaço de lixo é usada para fazer um novo produto.

Recuperação: isto permite que os bens que não são lixo voltem a ser utilizados sem modificar a sua utilização original.
Para encontrar o melhor exemplo de recuperação, basta ver o que os alemães estão a fazer.

 

Alemanha: um país modelo da recuperação.

Passaram-se mais de 15 anos desde que os alemães adotaram o "Pfand" ao fazer compras. É o princípio do depósito. Embora esteja consagrado na lei desde 2003, os consumidores alemães não são obrigados a aplicá-lo, são encorajados a fazê-lo. Como são encorajados? Simplesmente implementando um sistema de depósito para garrafas de vidro, frascos de alimentos, bem como latas de alumínio e garrafas de plástico. Por cada recipiente devolvido, os clientes são financiados entre 8 e 25 cêntimos na saída do supermercado. O regime impulsionou a prática: a taxa de cobrança atinge os 98,5% no país. É um registo que demonstra a importância da recuperação de resíduos na sensibilização ecológica. Desde então, a ideia já surgiu em outras partes da Europa e noutros sectores.

 

A recuperação está a espalhar-se para roupas, móveis e bens elétricos.

Uma nova secção apareceu em cinco supermercados AUCHAN em França no início do ano. Nele pode encontrar roupas para toda a família e para todos os gostos. O que há de tão especial nos espaços? São todos de roupa em segunda mão! Estes novos espaços, introduzidos em parceria com a PATAPAM, a rede em segunda mão, também permitem aos clientes trazer e depositar as suas roupas em bom estado, mas que já não pretendem usar, em troca de um voucher. As roupas são então classificadas e verificadas antes de serem novamente vendidas. Enquanto ainda está em fase de teste, a ideia parece ter encontrado o seu público-alvo. Não é surpresa que, se recuperar dá mais dinheiro do que deitar fora, seria uma estupidez não o fazer!

 

A Recuperação na economia circular.

É fácil ver que a recuperação ocupa um lugar de destaque na economia circular. E não é de estranhar que esteja no centro de muitos projetos e iniciativas. Em Paris, a Câmara Municipal adicionou ao seu serviço de remoção de elementos volumosos uma plataforma de doação para incentivar a reutilização de objetos que ainda são utilizáveis. Ainda em França, em Bordéus, está a ser criada uma aldeia de recuperação. A recuperação é realmente a resposta a todos os nossos problemas ambientais e de desenvolvimento sustentável? Talvez não...

 

Quais são os limites da recuperação?

Embora a recuperação tenha muitas vantagens, seria insensato pensar que poderia resolver tudo. Um estudo recente mostrou que, na Alemanha, embora o sistema de depósitos tenha sido bem-sucedido, não impediu o aumento das vendas de garrafas de plástico, responsáveis pela poluição dos nossos oceanos. Em 2003, as garrafas de uso único representavam 40% do mercado de bebidas, mas, em 2019, atingiram os 71%. E não é, sem dúvida, a recente pandemia Covid-19 e a sua procissão de luvas, garrafas de gel hidroalcoólico e outros escudos plásticos que devem causar uma queda no consumo. Reutilização, reciclagem ou recuperação? Como sempre, a solução para os nossos problemas de resíduos nem sempre é fácil de encontrar e não se encontra apenas numa direção, mas numa combinação destes três. Vamos ter de continuar a (re)pensar as soluções.

 

Ideia Central

Para reduzir o impacto do nosso lixo no ambiente, não podemos depender apenas da reciclagem. Recuperação, segunda mão... estas são, por vezes, alternativas preferíveis que estão constantemente a ganhar terreno na nossa jornada cliente.