Social Media Banking

Um dia, fazer pagamentos é tão fácil como fazer “gosto”.

E se, amanhã, comprar um bilhete para um concerto ou pagar um empréstimo a um amigo fosse tão simples como enviar uma foto na sua aplicação de mensagens favorita? É isto que o social media banking promete, especialmente através do Facebook e das suas soluções de messaging. Uma pequena revolução que poderá simplificar as nossas vidas e facilitar o acesso a serviços financeiros em países com falta de serviços bancários.

As redes sociais dedicam-se à transferência e gestão de dinheiro online.

Vamos ser claros: a incursão do Facebook no mundo bancário não está relacionada com o seu projeto de criptomoeda, a LIBRA. Esta moeda virtual, iniciada pelo grupo gerido por Mark Zuckerberg, levantou algumas ondas há uns meses. No entanto, desde então o projecto teve que cumprir os requisitos dos vários reguladores e a verdade é que sofreu a perda de algumas das empresas apoiantes (PAYPAL, VISA e MASTERCARD).

No entanto, a empresa com o polegar azul, convencida do potencial de um ecossistema bancário e monetário, está de volta à ofensiva, apoiando-se no que conhece melhor: as redes sociais.

Da transferência de dinheiro online ao social media banking.

O FACEBOOK inclui o WHATSAPP, MESSENGER e INSTAGRAM. Estas aplicações são usadas todos os dias por milhões de pessoas que trocam informações, notícias e imagens . E amanhã vão também trocar dinheiro, com o que já é chamado de social media banking ou transferência de dinheiro online. 

Tudo começou com a chegada do FACEBOOK PAY, lançado em novembro nos EUA. O princípio é simples: integrar um método de pagamento único e seguro (PIN ou identificação biométrica) comum a todas as aplicações do grupo. O resultado: não há necessidade de retirar o seu cartão bancário da carteira para pagar uma compra no Marketplace do FACEBOOK, enviar dinheiro via MESSENGER ou até mesmo comprar diretamente no INSTAGRAM. Atualmente disponível apenas internacionalmente, a funcionalidade reflete a ambição do FACEBOOK no tão procurado mercado de pagamentos móveis, no qual mais e mais empresas estão a entrar. Mas Mark ZUCKERBERG também está a olhar para novos horizontes…

Já é possível transferir ou gerir dinheiro através do Whatsapp.

Vamos começar por países em desenvolvimento, onde o acesso a serviços bancários é, por vezes, complicado. Nestes casos, se o cliente não pode ir ao banco, o banco deve ir ao encontro do cliente. Esta é a estratégia escolhida pelo banco indiano, ICICI BANK, usando o sistema de mensagens do Whatsapp. A 30 de março deste ano, o banco permitiu aos 400 milhões de utilizadores da app de messaging, fazer transações bancárias através dos seus smartphones: desde consultar o saldo e bloquear e desbloquear os seus cartões pela geolocalização dos multibancos mais próximos. A tecnologia também foi implementada em África, República Togolesa, pelo SUNU BANK, que confirmou – tal como os 800 milhões de utilizadores de WeChat Pay na China – o crescente papel das redes sociais nos hábitos de pagamento.

Uma coisa é certa: apesar de o mundo não parecer pronto para uma moeda universal, parece cada vez mais preparado para o social media banking.